setembro 22, 2011

Cognoscere - ou simplesmente: a importância de conhecer

Longos teem sido os dias de absorção de informações. Já nem consigo mais saber quando tudo isso começou, quando essa consciência de que as coisas podem dar certo me invadiu. Manhãs construtivas acontecem... e me alegra caminhar pelas ruas e poder reconhecer o trabalhos dos meus sentidos. Cada som, cada cheiro, cada desencadeamento de pensamentos que determinada refração da luz causa. Nos últimos dias tenho intensificado a leitura do Bhagavad Gita, e me assombra a quantidade de coisas que eu achava que sabia a respeito das coisas. Mas, por outro lado sinto-me aliviada, por não chegado tão tarde a determinadas informações.
Tenho que ter mais disciplina e não deixar os fragmentos se acumularem. Gostaria de dizer muito, mas devido ao fato de 'as coisas' estarem sendo mexidas no caldeirão da minha consciência neste momento, fica um pouco difícil escrever a respeito de como a vida tem se comportado depois delas.
Gostaria de deixar algumas palavras a respeito de coisas antigas do mundo que estão, de uma forma ou de outra, ajudando na fermentação dos tijolos que usamos para construir um caminho alegre:

1 - AUM ou simplesmente OM
Som semente que desenvolve o centro da força da terceira visão, responsável pela intuição, meditação e pelos fenomenos da telepatia e clarividência. Sendo o mantra mais completo e equilibrado, sua vocalização não oferece nenhum perigo nem contra indicação. É um mantra altamente positivo. (Engraçado que ao me inteirar disso, ao entrar no meu quarto percebo que tenho um incesário com o OM grafado... daí o pensamento nascido: como é importante conhecermos os signos!)

2 - Flor de lótus
As raízes do lótus estão na lama, o caule crese através da água, essa metáfora fortalece a flor perfumada que desabrocha sua beleza acima da água a cada raio de sol. Este padrão de crescimento significa o progresso da alma, que mesmo adversa, vindo da lama, materializa-se na primavera e sobrepõe-se a todas as adversidades. ( Apesar de saber um pouco a respeito disso que foi dito, foi preciso entender tambem o significado de buda, de karma, pra poder eu conseguir ter aquele velho 'start' a respeito da metáfora 'por detrás da flor').

3 - Nirvana
É um estado de espírito onde o ser livra-se de todo sofrimento que aflige os humanos. É não necessitar mais re-encarnar. É a extrema paz. É a meta do budismo. (esse conceito de nirvana é muito mais amplo do que o que eu coloquei aqui...foi e é uma descoberta boa pra se fazer a cada dia).

Teriam muitos outros para postar aqui... mas farei isso numa próxima oportunidade. No final, o que eu quero dizer com tudo isso, é que o amor ainda é a grande chave de tudo. Transparência com o outro e consigo mesmo. E entre um intervalo e outro, ter sempre um pensamento que lhe traga algo de bom.

OM HRIM BRAHMAYA NAMAH - para trazer ânimo e felicidade.

julho 10, 2011

Ný batterí ou sobre as pilhas novas inseridas

Ainda bem que já não somos os mesmos. Coisas, acontecimentos. As estrelas desceram, escorreram pela face e se transformaram em vida. Assim, à noite, elas já não se materializam em gotinhas salgadas, já não remetem à uma saudade doentia, ou quem sabe àquela simples dependência. Gosto da sensanção de energia novo. Gosto de ver seus olhos florirem. Gosto da noite e das estruturas transparentes aquosas que bailam de cima para baixo sobre a sua pele - minha.


Estou nadando muito. Sempre e por quase todos os lados. Mesmo sem saber como faço para nadar. Estou indo, sentindo cada brisa colorir a minha alma. E são tantas as cores que o mundo imprime em mim... espero que lá do outro lado, onde a língua é mais confusa, a mesma alegria invada de vez e por vez tambem o seu coração.






*Imagem gentilmente roubada do artista Bruno Nunes






maio 19, 2011

Sobre a delicadeza: ou, o que resta da beleza na humanidade.

É preciso tempo pra deglutir, degustar todas as coisas boas que felizmente recaem sobre o meu cotidiano. Ontem estava a pensar: preciso de um gravador. Em simples 20 minutos, tempo de caminhada até o lugar onde trabalho, percebi tantas coisas. Tanta beleza que só poderia ter sido produzida por nós - afirmação feita sem ego negativo. Cheiro de amaciante em roupa lavada, que me traz tantas boas recordações...e o turbilhão de boas sensações que isso me causou e me causa. O tênis novo e branco. Os cachorrinhos na rua. Morria em mim um mal humor...de ter acordado cedo, de estar chovendo...mas, diante da vida acontecendo e pulsando ali diante mesmo dos meus olhos, não pude deixar de sorrir, e perceber que a maneira com a qual acabamos seguindo nossos dias, trabalho, problemas, stress, cobrança, impedem que o canal da nossa sensibilidade impere. Gosto dessa quebra de ritmo. Gosto de tempo para respirar, para lembrar dos acontecimentos bons que eu ja presenciei. Gosto de sentir a beleza escorrendo pelas mãos dos homens, gosto de admirar a maneira como alguns ainda lidam com delicadeza com o que é vivo. Gosto de me sentir viva, de saber que os meus órgãos estão funcionando bem, apesar daqueles dois hot-dogs ontem...rs.

Adoro sonhar. Com meu corpo em outro lugar, respirando o cheiro de outras flores, ouvindo o som de outros mares. Tenho um pouco de medo, pois às vezes tenho vontade de estar em todos lugares, de jogar pedrinhas em todos os rios, de tomar por fim aquela taça de vinho com aquela borboleta - coisas a resolver talvez. Tenho saudades de tantos outros momentos bons. Tenho saudade da praça que fica em frente à igreja com teto de ouro, tenho saudade de comprar água em dias de verão. De comer acerola em um dia dourado. De cerveja para acompanhar a contemplação de uma paisagem que nunca mais será a mesma diante de nossos olhos.

Sonhos. Os tenho em grande quantidade. E gosto de elencar aqueles que já bailaram diante de mim, para eu ter a doce sensação de que tudo é possível, de que a realização desles, só depende do tamanho da força da nossa atração.

O mundo é bom e novo como o tom da minha paixão. O mundo é lindo e velho como o tronco da minha vontade de escrever um livro. O mundo é quente como uma drusa de ametista.




abril 06, 2011

Cigarrets

Hoje deixarei algumas pessoas tristes. Talvez consiga eu, permear em seu imaginário, quiçá em sua pele, a difícil tarefa que o meu cerebro (que já não é tão leve e sadio quanto o de um adolescente) teve que enfrentar. Talvez episódios como esses acontecam para o fortalecimento de um ser que não tem estrutura física nem psicológica para conflitos. Mas não me refiro a coisas que de uma certa forma tenham fundamentação no mundo daqueles que carregam um pouco de "sanidade". Falo de episódios surreais, que se tangessem para o lado bom eu adoraria, mas, infelizmente, tangem para uma espécie de loucura sádica, 'tortura Hitleriana', se é que essa palavra existe. Algo que degrade, que te de deixe perdido no emaranhado de pensamentos que queiram talvez justificar os atos de alguém cujo raciocínio você não entende, nem nunca entederá. Não por nunca ter se esforçado em fazê-lo, mas justamente por nunca ter compactuado com tal dissimulação gestual, icônica, moralista, ideológica. Até por que, pertubar a mente, fazer chorar, menosprezar, não são ofícios que eu em algum momento achei bacana.
No fim, acho que o sadismo se desfez, pois finalmente chegaram às retinas as gotinhas translúcidas. Quente foi a sensação que elas provocaram ao bailarem face abaixo. Acho que o bom mesmo foi o menino do cigarro. Que apesar de não estar se fazendo muito bem, segurou o meu nariz, impedindo que ele colidisse com o chão. Peço até desculpas por ter causado ciúmes na moça que, mesmo estando no lugar onde a brisa se fazia, calor sentia. E um outro obrigada ao Arnaldo, por ter se desculpado por ter me feito chorar :)

"Desculpe, se eu fiz você chorar
Te esqueça. Olhe, o sol chegou.
Me abrace. Diga-me o meu nome. Diga que você me quer..."

*Tela: Íris, no jardim, de Monet





fevereiro 27, 2011

Fragmentos


Engraçado ouvir o Damien me questionando se: "Você escova os dentes após beijá-lo?" ou ainda, "Você sente falta do meu cheiro?". Nessa manhã chuvosa, as gotinhas caem felizes para no chão descrever a felicidade de seres que há algum tempo não sorriam com a suavidade de seu toque. Condensação de palavras. Magia estética, saudade que se sente ao acordar.
Talvez a quantidade de palavras sussurradas tenha sido demasiada. Talvez eu não tenha mesmo por que entrar em questionamentos daquele cunho. Talvez a minha vontade de consertar o mundo, ou quem sabe apenas a vontade de transparecer o que percorre nos veios do meu ser. Bom, talvez. Precipitado, talvez. Talvez o mundo tenha corrido em minha frente e eu não o tenha conseguido alcançar. Talvez as histórias antes guardadas em gavetinhas decoradas tenham enjoado do formato quadrado de sua realidade e tenham pulado para fora, transformando-se quem sabe em flocos de neve. As sambadeiras sambam, e junto a elas os poros de nossa pele parecem se confortar, talvez uns nos outros. Talvez em nós ou em nossa vontade. A luz reflete nas pupilas e talvez alguns sonhos sejam ensaiados naquele ombro. Conforto. Respiração leve. Talvez goste muito disso. Talvez. Estalar dedos, talvez não, eu gosto.
A noite traz ou trouxe em seus cabelos uma linda flor, que com o passar do tempo, como toda flor que está longe de sua árvore, pareceu perder sua vivacidade. Tão bonita era ela no início. Não gosto de ver os fios opacos por falta de energia cósmica naquela linda flor. Tentou-se melhorar, mas acho que talvez outra semente tenha que ser plantada. Quem sabe novos frutos, ou ainda flores que durem mais. Talvez a culpa (palavra dúbia) tenha sido das palavras um pouco ácidas. Talvez a delicadeza da flor não tenha suportado a aspereza. Talvez a noite tenha exalado perfumes tóxicos, que cheiram, mas iludem. A noite é linda, lembro de ver uma estrela apenas a admirar junto a mim a lua. Talvez beleza demais. Talvez olhos ainda não preparados os meus – dois. Ou quem sabe foi apenas aquele sonho do qual eu me recordei, aquele que se sonha uma vez e se acha que é filme.

janeiro 25, 2011

Tinta telas e mãos

"Se ela mora no arranha-céu? E se as paredes são feitas de giz? E se ela chora num quarto de hotel? E se eu pudesse entrar na sua vida?".

Lembrei do começo das eras... latas de coca cola, sanduíches na madrugada. Plantas em supermercados, caipiroskas de kiwi, sorvetes e muito Mc Donald´s. Coisas que você provavelmente nunca soube e nem desfrutou. Tudo bem...não digo que tudo foi Ipiocá de frutas vermelhas, mas...o que fica são as telas alegres. As pintadas com inspiração e tintas quase coloridas. A vida segue, e junto com ela ciclos se iniciam, outro duram e outros ainda terminam. E é assim com todas as borboletas que encontro por aí, sejam elas claras ou escuras.
Às vezes vejo seres humanos com suas cabeças na calçada se auto mutilando. Batendo com grandes marretas, testando a densidade dos ossos do crânio. Me amedronta a capacitade que alguns possuem de usar os pés para andar para trás, e esquecem que em sua face existem músculos que quando estimulados produzem sorrisos, e além disso, cordas vocais que, quando a passagem do ar está aberta e este as toca, pode produzir sons como o de uma gargalhada.
Gosto de escrever as coisas que você talvez não leia. E de sentir todos os raios de sol que não tocarão a sua pele. Gosto de ouvir as histórias que são pequenas para os seus ouvidos, e de tomar os uguentos que para o seu paladar são intragáveis. Tantas diferenças...tanta antítese. Tanta, tanta...que não me espanta o dedo em riste, bailando na noite atrás de respostas para algo que talvez nem mais ali esteja...
E mais uma vez as tintas se misturam, espero que por fim, uma bela tela possa ser feita.
Mas é que "eu tenho muito sono de manhã."