julho 01, 2013

Copo descartável com ondas


Luzes. Som, vibrações. Um bocado disso. Na cabeça um processamento intenso e constante das informações absorvidas de toda uma vida. Relações, conexões, abertas ou perdidas. Muito se fala a respeito dos pequenos e múltiplos flashes que se tornam um pequeno filme a passar diante de nós no momento do desapego da alma. Meus dias tem sido mais ou menos dessa forma, momentos bons confrontados com momentos esquisitos. E desse embate, muitas vezes, obtenho um sumo simpático, com bom aroma. Outras vezes nem tanto. Fétido, amargo, com má aparência. E me causa estranhamento perceber que isso também é produzido por mim.
A vida, coisa rara. Coisa bela e radiante. Duro é nos mantermos motivados cotidianamente, seja por um sorriso de um recém-nascido, seja pela ideia de uma vida que ainda não ancorou por aqui. E se for parar para analisar, é tudo tão rapidinho. É bom se dar conta que já apertaram o play da nossa vida há algum tempo. A escravidão parece diminuir, e de repente acho que vou ouvindo só o que convém. Peneira fina. Talvez não um bom caminho, mas faço. Corro. E corri como Lola atrás de algo que eu julguei importante. E a dor física me fisga a todo instante para me lembrar que dessa vez eu não consegui. Escorregou. Se foi, se esvaiu. E de noite, as lágrimas pareceram estrelinhas sem brilho. "Ah, mas não me diga isso, é só hoje." E logo terás um novo sorriso dourado enfeitando as árvores. "Felizes são os esquecidos, pois eles tiram o melhor proveito dos seus equívocos." 
Palavras. Neosaldina, tarde. Água, um bocado, por favor. "Da alfazema, fiz um bordado."
Hum... uma dose de coragem, um amor revelado, semeado e sem flores. Foi difícil perceber que aquele olhar, onde tantas vezes o mar existia com beleza única, secou. Desandou. 
Mas, dias perfumados virão. O sol virá bailar na janela, e consigo trará a noite que chegará branda, e quem sabe os sonhos sonoros com sabor de pitanguinhas maduras voltem. 

"Adoro teu olhar
Adoro tua força
E adoro dizer seu nome: Leila."