setembro 25, 2012

Oxe, como era doce.


Arrebatamento. Fundição, horizontalidade - talvez um processo de readaptação ou recolocação das coisas e suas densas ressignificações tenha acabado de começar.
Pés na areia, azul nos olhos, gotinhas de mar respigando na face. Os pelos dos braços se eriçavam, talvez por não saber o corpo reagir de forma outra aos tantos múltiplos estímulos que aquela voz cálida produzia. Estou emersa nesse líquido colorido e psicodélico. Quero estar. Embriagar minhas células nessa atmosfera inebriante que é você. Remar, remar e abraçar tudo de místico que o seu olhar puder me transferir.
O mar... as ondas quebram, mas não se partem. Gostam de se debater contra as pedras só para lhe produzir música. E sim, consigo ver exatamente o encantamento que você desperta nelas. E fico ali, quietinha, observando o espetáculo que é a sua existência.
O ar entrando e saindo, os seus sorrisos 'pantoneando' qualquer parte em branco que a tela da minha tarde pudesse ter. Temperatura, outra palavra doce que está no processo de redescobrimento. A sua, quente. O sol se pondo, dois, olhos, seus - fitam-me.
O horizonte cálido em sua formação à nossa frente me leva a querer estar na posição dele - horizontalizada em infinitos finitos.
O tempo é pouco. Mas seria o tempo vasto o suficiente para aqueles que possuem seus copos  transbordando de sentimentos? Seria justo, o tempo, uma divindade para aqueles que tocam a pele à procura de alma?