julho 04, 2010

Ode à sujeira diária (ou simplesmente fastio)

Sem óculos eu caminho pela cidade. Ainda é cedo, eu sei. Mas, mesmo com os olhos embassados por conta de algum problema genético ou quiçá orgânico, os copos plásticos faziam-se visíveis e terríveis. E num simples caminhar, de casa para o trabalho a insatisfação para com a humanidade invade os sentidos. Não apenas com essas 'atrocidades' das quais os noticiários nos agraciam todos os dias: mortes, corrupção, hipocrisia e coisas afins. Mas com o nosso próprio assassinato. Chateia-me o mau humor, a falta de amor, o desrespeito de um ser humano para com o outro. Chateia-me ver crianças repetindo gestos de pais mal-educados. Das flores que já não podem respirar em meio a todo esse caos que nós adoramos ostentar. 'Bom dia', 'com licença', 'grato'...ah, quando ouço algo desse tipo meu pelos auriculares ouriçam-se! E tendem a confiar momentaneamente numa futura esperança.
E não adianta eu querer fechar os olhos e viver a minha felicidade, a dos meus amigos, das pessoas que eu amo e vice-e-versa. A felicidade, como já diz o nosso querido Supertramp, só é real quando é compartilhada. E fico eu aqui, procurando meios de fazer brotar sorrisos nas faces, de levar chocolate, jujuba, algodão-doce, pra quem sabe alegrar um desses espíritos que parecem estar vagando sem matéria.
É dificil, eu bem sei, e muitas vezes a vontade que dá é de esquecer tudo e virar as costas para tudo. Mas seria tão melhor se nos amássemos mais, se nós aproveitássemos mais os pantones de verde que a natureza nos oferece, se ´prestássemos mais atenção na beleza cósmica que o universo nos proporciona cotidianamente...
Por fim, bem que podíamos retirar dos nossos corações as angústias, as mágoas, os passos errados... o coração nosso de cada dia iria agradecer imensamente...
...mais amor...
proporia eu por fim, uma cosmoterapia geral, para que a harmonia, a beleza e pureza, pudessem finalmente reinar sobre nós.