setembro 24, 2007

Segredos de Liquidificador


Até o meu coração de pedra pode então correr vulcão abaixo....que presente! Tive diante dos meus olhos uma estrela de quinta grandeza, ali, só pra mim...como num envelope que se abre.
E como se não bastasse tamanha beleza, ainda vi a madrugada coreografar a linda despedida.
Dois olhos sol, ouvidos voz, pés lençol e na boca se encerrava o gosto arfante de canela pulsante, coração correndo em velocidade de estrelas, brincamos nós e elas sorriem. Acham graça da ausência de palavras, forma outra de comunicar.
Admito novamente a existência de um músculo bombeador de liquido viscoso, rubro dentro mesmo de mim...
De novo à condição de ser humano, tão frágil, temeroso ao futuro, ao acaso, ao amor.... medo. Pois mesmo sem a minha vontade querer, os grãos caem num fissura inexplicável, e junto com eles as minhas dúvidas se entrelaçam e o viver se torna algo quase surreal. Eu quero o cara da flor, claro, como não? Quero sim...mas querer é ter, e isso eu não quero. Quero que ele seja, quero forjar naqueles pés asas cintilantes, as mais belas que posso produzir. Quero que baile no ar, que conheca as galáxias distantes mais...
Nada tijolos e sim vento, mar, oceanos. Existem duas almas, matérias duas e o que seria melhor?
O que ouço é muito bom, mas como decifrar esses segredos? Seriam esses mesmo ou embutida nas misturas e batidas da hélice metálica estaria por fim a grande conclusão?

setembro 03, 2007

Sobre o passar do tempo e suas alucinações

Dias correm desesperados pra chegarem num lugar desconhecido-obscuro. Arrastanto quem quer que em sua frente esteja, possuindo a tendência de ser levado. Difícil resistir à toda essa sensualidade: os minutos passando e as promessas de estar-se em contato com o divino.
Falar não é sentir. Portanto agradeço a humildade inerente ao seu timbre vocal. O veludo de suas palavras não impede o ataque fulminante de espinhos que a minha pele sofre[rá]. E mais uma vez o corpo permanece estendido, perdido na tentativa de re[construir] uma realidade perdida, e tão distante quanto a era glacial. Sim...é gélida a formatação que o louco girar dos ponteiros configurou. E a matéria de tão vã, não sabe se permanece estática ou em alucinação constante. Quem sabe inventar uma criativa rotina de ilusões, deslumbramento sem objeto, coisa pesada....olhos negros, alma vagando...algo assim brutal pra que o cair dos grãos de areia seja mais suave. Até para produzir cintilantes alucinações, daquelas que voam num soprar manso, é preciso que se possua um pouco de ar. Senão elas não permanecem, não abrangem os metros quadrados pretendidos....

É, isso tudo é mesmo pra denunciar a malvadeza dos dias. E quão malvado pode ser o correr deles, atropelando coisas, jogando inseticida nos besouros mais lindos. Tapa os ouvidos, a melodia não mais alcança aqueles timpanos 'recém-deixados-de-ser-amados'... e no fim o que sobra é só mesmo uma molécula de oxigênio, uma apenas, oito protons e os mesmos eletróns...apenas uma pra tentar encher dois gigantes pulmões. Ou quem sabe deixá-la ir, e permanecer imersa no grande mar de alucinações... nadando, comendo corais. 'Permanecer aqui tentando tomar um demorado banho com um copo de água quente'*.

*Obrigado pelos direitos delícia!