abril 06, 2011

Cigarrets

Hoje deixarei algumas pessoas tristes. Talvez consiga eu, permear em seu imaginário, quiçá em sua pele, a difícil tarefa que o meu cerebro (que já não é tão leve e sadio quanto o de um adolescente) teve que enfrentar. Talvez episódios como esses acontecam para o fortalecimento de um ser que não tem estrutura física nem psicológica para conflitos. Mas não me refiro a coisas que de uma certa forma tenham fundamentação no mundo daqueles que carregam um pouco de "sanidade". Falo de episódios surreais, que se tangessem para o lado bom eu adoraria, mas, infelizmente, tangem para uma espécie de loucura sádica, 'tortura Hitleriana', se é que essa palavra existe. Algo que degrade, que te de deixe perdido no emaranhado de pensamentos que queiram talvez justificar os atos de alguém cujo raciocínio você não entende, nem nunca entederá. Não por nunca ter se esforçado em fazê-lo, mas justamente por nunca ter compactuado com tal dissimulação gestual, icônica, moralista, ideológica. Até por que, pertubar a mente, fazer chorar, menosprezar, não são ofícios que eu em algum momento achei bacana.
No fim, acho que o sadismo se desfez, pois finalmente chegaram às retinas as gotinhas translúcidas. Quente foi a sensação que elas provocaram ao bailarem face abaixo. Acho que o bom mesmo foi o menino do cigarro. Que apesar de não estar se fazendo muito bem, segurou o meu nariz, impedindo que ele colidisse com o chão. Peço até desculpas por ter causado ciúmes na moça que, mesmo estando no lugar onde a brisa se fazia, calor sentia. E um outro obrigada ao Arnaldo, por ter se desculpado por ter me feito chorar :)

"Desculpe, se eu fiz você chorar
Te esqueça. Olhe, o sol chegou.
Me abrace. Diga-me o meu nome. Diga que você me quer..."

*Tela: Íris, no jardim, de Monet