setembro 28, 2008

Amarelo


Tento acordar, recobrar as minhas forças que, ultimamente tem me parecido tão poucas, a alma vem vindo, tentando se adaptar a esse corpo sonhador que viveu a noite, madrugada como uma cão feroz. Guardando qualquer inicio de sorriso, qualquer feição positiva, qualquer abraço como se fossem os últimos que seus olhos estivessem presenciando. Há tempos a vida não se mostrava dessa forma, fazia questão de me deixar apreciar apenas a sua face sombria, o seu lado obscuro e sem luz.
Hoje após as tentativas de reação, pude enfim colorir a minha mente, assim como ela estava naquela noite, se enfeitando de líquidos amarelos, transparentes ou aqueles de várias cores. E som, e poesia e afeto. Em tão grande escala que fica pequena a minha capacidade de armazenamento. E eles riem, acham graça desse meu desespero pelos pequenos momentos....
Ontem e hoje, uma prologação com m pequeno intervalo, e do espelho minha cara amarela sorri, meus olhos vermelhos de sentir ainda não sabem da real situação daquilo que eles veem.

"Por favor me aqueça
Não deixe que eu esqueça
O que aconteceu..."

*Imagem: Matisse "Red Studio"

setembro 11, 2008

Tun tun para ra rá

Hoje eu fui fazer uma coisa bem legal: uma deliciosa ida ao Banco do Brasil, agência 1238-6, Camaçari - Bahia (a quantidade de informações numéricas é pra fazer uma sitação ao meu querido trabalho de todos os dias). Daline, portadora de alguns probleminhas em sua coluna cervical, ao por os olhos naquela imensidão de pessoas que jaziam naquela fila pensou?
- Nossa, como é que suportarei isso?
E a ela mesma Daline respondeu:
- Bem, vamos ter que fazer uso da centelha divina da criação que aqui arde.
- Tudo bem?
- É né, tem que ser assim mesmo, não tem outro jeito.
- E sobre o que divagaremos aqui nesse ambiente quase sem particulas de oxigenio?
- Vejamos....
Já que falastes em partículas, tens acompanhado o incrível experimento que os nossos conterrâneos de planeta estão desenvolvendo?

Oops, volta um pouco, a fila começou a movimentar. E enquanto isso, nos headphones: "Onde você for, a vida me leva..."

- Ah sim, estamos mesmo querendo descobrir as perguntas dos primórdios da nossa existência...
Temos que ter cuidado aqui com os correlatos (e na mente um pensamento dentro de outro "Lívia, Vanessa e Everton, e o homem do supermercado que tinha o mais rico vocabulário).
- É verdade...
-Troca o som, põe Ceremony, pra gente lembrar daquele menino.
- Tá certo, mas espero que não o incomodemos, as vezes você mentaliza forte demais!

Chegamos, e na hora de fazer as coisas no caixa, o moço pra completar todas as dores que eu estava sentindo era iniciante ¬¬'
Mais uns vinte minutos de espera, o mp4 já descarregado. Apenas um chiclete de menta azul já um pouco gasta era quem me fazia companhia...
A vida realmente me parece fabulosa, ao sair daquela agência, era como se eu estivesse vendo o mundo pela primeira vez, efeito talvez daquela neosaldina, ou aquele cloridrato tomado a noite, ou ainda culpa dos pensamentos libidinosos.
Já ia esquecendo, ando vendo pequenas fadas.