maio 20, 2008

Hoje eu quebrei um ovo. E diante de toda a apatia que insiste em impregnar os meus dias, eu pude sentir essa quebra intensamente. Pude analisar todos os poucos segundos milimetricamente. E diante disso, entender como as pequenas coisas significam muito, mas muito mais do que as "grandes".
Era por volta das 6:40 da manhã, ainda sozinha na cozinha, pensava no que iria preparar para o meu café tantas vezes solitário. Eis que minha mãe aparece para fazer-me companhia. Porem, o hábito de utilizar a cozinha soinha nesse horário me fez sentir incomodada, o espaço parece ter se comprimido. Resolvido então fritar um ovo.... e minha mãe que lavava um talher de respente, como num passe de mágica já estava ao meu lado. E então, o choque aconteceu. O ovo que na minha minha mão repousava se estatelou no chão. E de repente me tomou ao mesmo tempo um medo e um sentimento sádico. Uma risadinha e um susto ao mesmo tempo. E aquela matéria amarela no chão. Era a minha vida ali, tomando outro rumo a partir de algo aparentemente insignificante. E tantos momentos, tantos fatos passaram pela minha mente em pequenos fragmentos... Aquele ovo já se tornara o universo derramado em minha frente. Que coisa não? Saí hoje para trabalhar com um sentimento diferente no coração, e senti-me bastante feliz por ainda está com os poros abertos para as sensações do mundo =)

3 comentários:

Pedro Carvalho disse...

Esses preciosos momentos de pausa. Tão escancaradamente à nossa frente e tão imperceptivelmente visíveis. Que bom que teve um deles!

Danival Dias disse...

MUITO BOM! Parabéns, Lucena...

Danival Dias disse...

www.tabica.blogspot.com esse e o MEU... rs