
E há tanta luz, tanta alegria, tanta beleza, que me pego pensando realmente se vale a pena as minhas lágrimas matinais, as minhas pulsações que mais parecem bombas nucleares de tão forte que são. E lá está aquela imagem, talvez ainda congelada naquele espelho. E cá está esse sangue verde e talvez frio, que ainda não conseguiu encontrar antídoto para tornar-se rubro uma vez mais. Nossa! e falam de vida, de sofrimento, de fardos. Sinto-me mal muitas vezes, e por isso, acho que acabo sucumbindo a todas essas pragas humanas. Acabo sofrendo, louca e desvairada correndo por estes negros campos chorando uma tristeza que eu nem sei se realmente é minha. Talvez só pra mostrar, ou provar que posso sim ser um espelho de coisas negativas. Ou quem sabe apenas pra ver correr em mim o meu outro lado. Você é mágica - retrucou ele. Mas não seria esse o modo o qual deveríamos transcorrer a nossa vida? Quando eu te vejo tudo se acalma. É como se você me fizesse três arco-íris diários. E tanta falta faz aquele sorriso leviano, aquela cerveja no fim de tarde. Faz falta forçar os olhos míopes pra saber se ali já estava. As mãos medrosas, o toque singelo. Bom olhar para tudo isso e perceber que tudo foi e talvez seja real. Que eu estava ali a observar qualquer som de batidas dos seus cílios.
É bom existir. Tocar nos fios dos seus cabelos. Ver todas essas cores.
Ó universo, continue intercedendo!