
Eu mesma ainda não sei o que aconteceu, só que de tudo tenho aproveitado, reconhecido meus amigos nas multidões atrapalhadas, os tenho amado, e amado. Amado com todo o furor de uma só vida, com a alma desvairada, a percorrer todos os cantos, absorvendo toda e qualquer forma de beleza. E me sentido feliz, tão feliz. E às vezes tão triste com tanta felicidade... pois meus olhos vêem tantos chorando, com suas alminhas machucadas. Então eu me jogo, eu mesma pelos ares, misturo-me às ondas de rádios, numa tentativa de acariciar enfim os corações necessitados, tão cansados... humanizá-los quiçá... pois não aguento vê-los chorar.
Endorfina, noradrenalina, dopamina! Sim, é assim que eu quero ver a todos que amo, e também os que não amo, afinal, é tudo mesmo um grande ir e vir de energias.
Ah! um muito obrigado à vida, por ter feito de mim o que eu sou. Por ter me coroado com seres humanos tão imensamente especiais, com os quais eu converso sem nem mesmo uma palavra dizer, os quais eu vejo mesmo quando não encontro.